Anderson “Pantera” Clayton venceu o francês Sebastien Madani no último sábado (dia 27/abril) em combate realizado na França e conquistou o título mundial, versão WBF, organismo de menor expressão.
Surpreendendo o rival local, Pantera fez um excelente primeiro round e fechou o olho de seu adversário no segundo assalto, obrigando o árbitro a encerrar luta.
Como a maioria dos brasileiros que vão lutar fora do país, Pantera foi para a França para ser coadjuvante na festa dos franceses. Empresários estrangeiros importam lutadores brasileiros para servirem de escadas de boxeadores europeus, americanos, mexicanos, argentinos.
Entretanto, assim como muitos desses lutadores brasileiros, Pantera ainda acreditava na vitória, mesmo que tivesse poucas chances. E a vitória veio. Pela força de vontade de Pantera e sua equipe, pelo seu talento, pela sua negação de aceitar uma derrota eminente.

O grande problema dos boxeadores profissionais brasileiros que são derrotados no exterior não é a sua índole, como se aceitassem perder as lutas por alguns dólares. O real problema é a falta de estrutura do nosso Boxe profissional: empresários estrangeiros chamam os brasileiros para lutar apenas duas semanas antes do evento, pedem para os atletas atuarem em categorias superiores da sua, colocam atletas no início de carreira com boxeadores experientes. Ou seja, só colocam em furadas! Pela falta de oportunidades, estas lutas são aceitas, “queimando” muitos boxeadores talentosos.
Talvez a luta do Pantera poderia ser uma furada (o francês tinha o cartel de 34 vitórias e 1 derrota), até porque seus empresários não chamariam um brasileiro para estragar a festa deles... Entretanto, como que por teimosia, Pantera lavou a alma dos brasileiros e arrancou uma vitória heroica, mostrando que o Boxe Brasileiro tem vergonha na cara, sim.
Breno Macedo
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