No ano
de 2013 a equipe MM Boxe alcançou uma marca importantíssima: 10 anos de
atividade na cidade de Rio Claro. Desde
a instalação da equipe MM Boxe em um dos galpões da antiga Fepasa, ao lado da
linha do trem, foram 10 anos de trabalho e esforços que trouxeram muitos
títulos para a cidade e revelaram grandes talentos.
A
equipe começou o calendário de competições muito cedo em 2013. Logo em janeiro,
os atletas participaram de uma rodada de lutas extra realizada em Sorocaba e
deram uma amostra do que estaria por vir neste ano: foram seis combates e seis
vitórias dos rio-clarenses. Competiram os atletas da base Rafael Bombonatti,
Gabriel ‘Bebê’ Andrioli e Murilo ‘Garça’ Aquino. Subiram no ringue também os
atletas que disputariam a Forja de Campeões algumas semanas depois: Cauê
Silvano, Emerson Ferreira e Matheus Andrioli.
Rafael Bombonatti comemora a vitória no primeiro evento do ano, em janeiro |
A
Forja, inclusive, foi a primeira competição oficial do ano da equipe. Desde
2007 a equipe classifica no mínimo um atleta na final, com exceção de 2009 em
que nenhum atleta de Rio Claro participou. Este ano de 2013 não foi diferente.
Com quatro atletas inscritos, foram conquistadas quatro medalhas, sendo um
ouro, duas pratas e um bronze no campeonato mais tradicional do país. Rafael
Lani, atleta da cidade de Leme, representou Rio Claro por ser aluno de Edson
Golçalves, ex-atleta da MM Boxe. Lani chegou na semi-final dos 91 kg e ficou
com o bronze. Cauê Silvano, dos 49 kg, venceu uma luta, mas perdeu a final para
o atleta do Rio de Janeiro e foi vice-campeão.
A
medalha de prata também foi alcançada por Emerson Ferreira. Emerson teve uma
trajetória excepcional e marcou seu nome na história do Boxe de Rio Claro. Emerson
começou a treinar no final de 2011, com 21 anos de idade. Motorista de
profissão, começou a treinar Boxe para fazer mais dinâmico conciliado com a
musculação que já praticava. Emerson não era um ‘talento nato’, e precisou muito
treinamento até ser lapidado. Durante certo tempo sofreu nos sparrings com os
atletas da academia, perdendo as vezes em que chegava de olho roxo em casa,
para desespero de sua namorada e de seu pai. Emerson pensou em desistir da
ideia de lutar Boxe de verdade, mas a paixão pelo esporte falou mais alto e ele
pediu que seu professor Leonardo o inscrevesse a Forja de Campeões. Com apenas
duas lutas preparatórias, Emerson estreou na Forja frente a oponente de
Jundiaí. O nervosismo não deixou que o boxeador de Rio Claro desse o seu
máximo, mas a vitória veio por pontos. Entretanto, Emerson fraturara o nariz.
Escalado para lutar duas semanas depois, Emerson não tinha condições para
lutar, mas contou com a sorte: seu adversário não apareceu para a pesagem, o
que deu a ele mais três semanas de recuperação para a próxima competição. O
terceiro combate programado foi contra atleta de São Manuel. Emerson melhorou
seu desempenho, fez uma bela luta e venceu por pontos. A semi-final era contra
atleta de Catanduva. Foi a melhor luta de Emerson, boxeou com inteligência e
conseguiu chegar à tão sonhada final. Nem ele acreditava que tinha chegado tão
longe! Na decisão do ouro enfrentou Bruno Paiva, de Piracicaba, atleta com
larga bagagem nas categorias de base. A experiência de Bruno fez a diferença,
vencendo por pontos e deixando Emerson com a prata dos 69 kg. Duas semanas
depois da final da Forja, Emerson mudou-se para Clinton, Connecticut, Estados
Unidos, “tentar a vida”, mas o Boxe já deixou uma marca na sua trajetória.
Matheus
Andrioli, dos 75 kg, foi quem conquistou o lugar mais alto do pódio. ‘Teteus’
venceu adversários de Guarulhos, Corinthians e Jundiaí para chegar na
semi-final. Na decisão da vaga para a final, Matheus provou que o nome Forja
não é a toa. Enfrentando um forte pegador, um homem formado contra o “garoto”
de 18 anos, Matheus fez um primeiro round tranquilo, mas foi duramente castigado
no segundo assalto. No intervalo para o terceiro round, Matheus parecia não
saber onde estava, sangrando pela boca, olhos roxos, respiração ofegante,
pernas trêmulas. Entretanto, o “piloto automático” o levou a boxear com
inteligência no assalto final, garantindo-lhe a vitória por dois pontos de
diferença. Na final, Matheus enfrentou Jhonatan Santos, do Centro Olímpico, que
havia ganho cinco expressivos combates. Vacinado pelo susto da luta anterior,
Matheus partiu pra cima de Jhonatan de forma contundente, fez um belo combate e
venceu por pontos. A vitória deu ao time a segunda colocação coletiva,
superando equipes que inscreveram dezenas de atletas, mas com baixa qualidade.
Cauê Silvano, Matheus Andrioli, Marcos Macedo e Emerson Ferreira |
Enquanto
os atletas da cidade disputavam a Forja, Jhonatan Conceição, que desde 2012
mora em São Paulo na seleção brasileira e que representa o Palmieras, defendia
o país em competições internacionais. Em fevereiro Jhonatan participou na Copa
Independência, na República Dominicana. Na
sua primeira competição do ano, ‘Tico’ enfrentou logo de cara o norte-americano
Erickson Lubin, que o venceu por pontos. Lubin foi o destaque do campeonato,
vencendo inclusive o cubano vice-campeão mundial Yasniel Toledo. Menos de um
mês depois, em março, Jhonatan partiu para Halle, Alemanha, onde disputou a
tradicional Chemistry Cup, ou Copa Química. O rio-clarense conquistou o bronze
na fortíssima competição ao bater o representante da República Tcheca mas ser
derrotado pelo lutador da casa, Alemanha, nas semi-finais.
É
importante citar que em 2013 houve uma mudança significativa nas regras do Boxe
na metade do ano. Até Julho, utilizava-se o capacete protetor e permitia-se a
participação de atletas com idade entre 17 e 34 anos. A partir do segundo
semestre, a idade dos boxeadores da classe elite deveriam de 19 até 40 anos, e
as lutas masculinas aconteceriam sem o capacete protetor. Jhonatan, então com
17 anos, pôde disputar na classe elite e teve bons resultados, mas a partir do
meio do ano ficou reservado a disputar apenas os campeonatos Juvenis (17 e 18
anos). O mesmo aconteceu com Jucielen Cerqueira, também de 17 anos, que em maio
disputou o paulista elite, onde ficou com a prata ao perder na final para a
atleta olímpica (Londres 2012) Erica Matos. Com a nova regra em vigor a partir
da metade do ano, Juci não pôde disputar mais nenhum campeonato oficial, já que
infelizmente no Brasil não acontecem torneios juvenis femininos. Entretanto, a
boxeadora manteve-se em atividade disputando lutas extras e intercâmbios de
sparings ao longo do ano, o que lhe impediu de estagnar seu rendimento.
Entre
maio e junho, Jhonatan passou 27 dias em Porto Rico, onde disputou duas
competições e realizou treinamentos. No torneio Cheo Aponte, Tico conquistou a
medalha de ouro após vencer o representante local e na final bater lutador da
Guatemala, Lester Martínez. Martínez era o amplo favorito, uma vez que
conquistou no ano anterior a inédita medalha de prata no Campeonato Mundial
Juvenil. Entretanto, o brasileiro mostrou seu potencial e provou que não está
abaixo dos melhores atletas do planeta. Uma semana depois, ainda em solo
porto-riquenho, Jhonatan disputou a Copa Olímpica. Após vencer novamente atleta
de Porto Rico, Jhonatan enfrentou Lester Martinez em uma revanche. Em um
combate muito equilibrado, desta vez foi o guatemalteco quem levou a melhor,
deixando Jhonatan com a prata.
Jhonatan venceu o vice-campeão mundial Lester Martinez em Porto Rico |
Em
junho e julho, a equipe de Rio Claro participou de competições no Palmeiras e
em Jaú, sempre com atletas das categorias de base. Os atletas que lutaram
nestas competições e aumentaram o numero de combates em seus carteis foram
Gabriel Andrioli, Kaíque Sucuri, Rafael Bombonatti, Matheus Andrioli, Jucielen
Cerqueira e Augusto Cafu Pires. Augusto Pires, o Cafu, chegou em Rio Claro em
abril. Natural do Rio Grande do Sul, Cafu foi enviado a Rio Claro pelo seu
técnico Anildo Pereira, da cidade de Osório. Órfão de pai e de mãe, Cafu foi
criado pela tia, que faleceu no começo do ano, e por isso seu técnico solicitou
aos técnicos de Rio Claro que Cafu passasse um tempo na cidade. Ao chegar na equipe
MM Boxe, Cafu se sentiu em casa e não quis mais ir embora. Boxeador juvenil,
Cafu permaneceu conosco durante todo o ano de 2013 e não há previsão para que
vá embora da cidade.
Em
julho, ocorreu o campeonato Brasileiro Juvenil em Campo Grande, Mato Grosso do
Sul. Apenas dois atletas de Rio Claro se enquadravam na faixa etária dos 17 e
18 anos, Cafu e Jonathan, enquanto Breno Macedo viajou como técnico da equipe
de São Paulo. Cafu foi eliminado na primeira luta e ficou sem medalha, enquanto
Jhonatan derrotou quatro oponentes e sagrou-se campeão nacional pelo quarto ano
consecutivo, sendo duas vezes como cadete e duas como juvenil.
Equipe de Rio Claro no tope entre academias em agosto |
Com o
objetivo de movimentar o Boxe da região, em agosto aconteceu um ‘tope’ de
academias envolvendo a equipe de Rio Claro e a de Ibaté. Realizado na própria
academia MM Boxe, no pequeno evento aconteceram 12 combates, todos eles de
categoria de base. Alguns atletas fizeram sua primeira luta na programação,
tais como os infantis Marcelo Bagatti, Icaro Martins, Airton Esquerdo, Pedro
Mikey e Victor Japonês Martins.
Entre
agosto e setembro, os atletas cadetes (15 e 16 anos) de Rio Claro disputaram a
seletiva paulista para definir quem representaria o Estado de São Paulo no
campeonato Brasileiro, que aconteceria em outubro na cidade de Aracaju. Três
boxeadores da cidade venceram dois oponentes cada para se qualificar como os
melhores cadetes do estado em suas categorias. Kaíque Sucuri Barros (60 kg)
venceu atletas de Sorocaba e do Centro Olímpico, Gabriel Bebê Andrioli (66 kg)
superou adversários do Centro Olímpico e de Mogi das Cruzes, e Daniel Gaguinho
Ciambroni venceu oponentes de Sorocaba e do Centro Olímpico. Sucuri e Gaguinho
carimbaram seu passaporte para o Brasileiro, mas Bebê não pôde ser inscrito por
ter 14 anos e não ter a idade mínima.
Em
setembro, Cauê conquistou a prata no campeonato Estímulo Kid Jofre, da
Federação Paulista, pela categoria dos 49 kg. Também em setembro, a equipe MM
Boxe participou pelo 5º consecutivo da Virada Esportiva de São Paulo, onde
foram realizados 47 combates de boxe no centro da cidade. Breno Macedo foi um
dos responsáveis pelo fechamento do grande numero de lutas, juntamente com o
professor Messias Gomes. A equipe de Rio Claro participou de oito combates e
venceu sete, e com apenas uma derrota foi declarada campeã do torneio,
dividindo o troféu com a equipe do Centro Olímpico. Lutaram Gabriel Bebê,
Kaíque Sucuri, Murilo Garça Aquino, Victor Japones Martins, Icaro Martins, Yuri
Previatti, Augusto Cafu. Atleta do Palmeiras,
Vinícius Barros também representou Rio Claro nesta competição.
Yuri Previatti, que assim como
Jhonatan defende as cores do Palmeiras, deixou a cidade de Rio Claro no início
de 2012 e completou seu segundo ano morando e treinando na capital do estado.
Em seu primeiro ano competindo exclusivamente na classe elite, Yuri sagrou-se
vice-campeão paulista duas vezes na temporada, além de ter sido o representante
de São Paulo no campeonato Brasileiro elite, onde venceu uma luta mas foi
superado nas quartas-de-final.
5º Torneio de Boxe de Rio Claro foi um sucesso |
No
final de setembro, no dia 28, foi realizado o 5º Torneio de Boxe de Rio Claro,
desta vez em comemoração dos 10 anos da equipe MM Boxe em Rio Claro. Realizado
no mini-ginásio Municipal, o evento contou com 9 combates de Boxe olímpico e 3
lutas de Boxe profissional. Participaram equipes de Sorocaba, Piracicaba, do
Palmeiras e de Ibaté. O ginásio ficou cheio para assistir os atletas da cidade
competirem, que foram Lucas Duvalier, Marcelo Bagatti, Rafael Bombonatti,
Victor Martins, Jucielen, Matheus Andrioli e Jhonatan.
Daniel Gaguinho campeão brasileiro |
Em
outubro, ocorreu o campeonato brasileiro cadete e elite, em Aracaju, Sergipe.
Kaíque Sucuri barros e Daniel Gaguinho Ciambroni representaram o estado de São
Paulo entre os cadetes e Yuri Previatti disputou na classe adulta. Os irmãos
Breno e Leonardo Macedo foram comandando o time de São Paulo. Como já foi dito,
Yuri venceu uma luta mas perdeu nas quartas-de-final da categoria até 56 kg,
ficando sem medalha. Kaíque Sucuri também não subiu ao pódio ao ser eliminado
na luta de estreia pelo atleta do Espírito Santo. Daniel Gaguinho foi quem
manteve a tradição de Rio Claro de sempre conquistar medalhas nos brasileiros
que disputa, e ficou com o sonhado ouro da categoria até 70 kg. Gaguinho venceu
atletas do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro para se tornar campeão do seu
primeiro campeonato brasileiro.
Em
novembro, a equipe disputou o Grand Prix Lisoboxe de categorias de base, realizado
em Itu. Em duas rodadas foram onze lutas envolvendo atletas de Rio Claro com
dez vitórias e apenas uma derrota. O excelente aproveitamento rendeu ao time o
título de vice-campeão coletivo. Ainda em novembro, atletas de Rio Claro
lutaram no Festival Pretorian-Palmeiras, que foi realizado em duas rodadas no
centro de Treinamento de Boxe do Palmeiras. Na segunda rodada, Gabriel Andrioli
foi premiado como o lutador mais técnico da noite, enquanto Rafael Bombonatti
venceu seu oponente de Jundiaí por nocaute, mostrando estar embalado para o paulista
infantil que estava por vir.
Parte da equipe infantil 2013: Esquerdo, Rafael, Japonês, Mikey, Bagatti e Icaro |
Em
dezembro a equipe infantil disputou o aguardado campeonato Paulista, realizado
pela Federação Paulista de Boxe em Guarulhos. Com sete atletas, quatro medalhas
de ouro foram conquistadas, duas de prata e uma de bronze. Os campeões foram
Marcelo Bagatti (50 kg), Rafael Bombonatti (60 kg), Victor Japones (63 kg) e
Gabriel Bebê (66 kg). Airton Esquerdo (54 kg) e Icaro Martins (57 kg) ficaram
com a prata, enquanto Pedro Mikey trouxe o bronze pra casa. Para encerrar o
ano, a equipe MM Bo xe participou da Copa Omega, em São Paulo, onde ficou
invicta em seis bons combates, todos eles de categorias de base. Coincidência
ou não, a equipe MM boxe encerrou o ano da mesma forma que começou em janeiro:
vencendo seis lutas em um mesmo evento.
O ano de
2013 foi recheado de vitórias, houve um ressurgimento de atletas da categoria
infantil, classe que sempre revelou os maiores atletas de Rio Claro. Mais uma
vez a equipe da cidade firmou-se como potência no Boxe, principalmente nas
categorias de base, conquistando vitórias importantes e com atletas de ótimo
nível. O ponto triste de 2013 ficou por conta da lesão da atleta juvenil Whendy
Pereira, que machucou o joelho em maio, às vésperas da sua primeira competição
do ano. Por falta de estrutura, o problema no joelho da Whendy ainda não foi
resolvido (em final de dezembro), mas está em processo de ser solucionado e
esperamos que em 2014 ela retorne mais forte do que já era. O décimo ano de
atividade da equipe MM Boxe mostrou que o nível da equipe cresce de acordo o
grau de exigência das competições. E com muito comprometimento, seriedade e,
principalmente, amor pelo que fazemos, temos fôlego pra muitas outras décadas
de trabalho com o Boxe.
Obrigado
a todos que de uma forma ou de outra
colaboram para a continuidade do o nosso trabalho. Vocês fazem parte da família
MM Boxe! Nossos sinceros agradecimentos.
Equipe MM Boxe
31 d janeiro de 2013
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